Ex-atacante da Seleção Brasileira e maior artilheiro do Atlético-MG teve a carreira interrompida precocemente após cinco cirurgias no joelho
"Rei, rei, rei, Reinaldo é o nosso Rei". Quando ele jogava, os gritos da torcida eram esse. Reinaldo, ex-atacante da Seleção Brasileira na Copa de 1978, foi o maior artilheiro da história do Atlético-MG com 255 gols. Não fez mais porque uma série de lesões nos joelhos e cinco cirurgias forçaram a aposentadoria precoce do jogador, com apenas 29 anos. Criador do Belo Horizonte Futebol Cultura, o ídolo de ontem ajuda a formar os craques de hoje.
- Esse clube eu fundei em 1991, já tem 20 anos. A gente trabalha aqui com categoria de base, um trabalho social, formação de atletas e disputamos até profissional - afirmou, orgulhoso, em entrevista ao "SporTV Repórter".
Hoje, Reinaldo se realiza ao ver a garotada correr em campo, mas não esquece o sofrimento que passou durante a curta, mas vitoriosa, carreira.
- Sofri a minha carreira toda de jogador, o grande complicador foi o joelho. O primeiro ano que eu disputei o Campeonato Brasileiro, em 1973, eu já sofri a lesão no menisco esquerdo e, na ocasião, a medicina esportiva não existia, era muito arcaica, obsoleta mesmo. O meu tratamento era infiltração e punção, quer dizer, tirava o liquido sinovial e injetava droga no joelho, e eu fiquei nesse processo assim, diariamente, durante dois ou três anos.
No começo, tão constante quanto as dores, foram os gol do Rei. Um dos jogadores mais talentosos da época, ele tentou de tudo para se recuperar das lesões. Foram cinco cirurgias, mas não foram suficientes e a carreira promissora teve que ser abreviada. Aposentado há 26 anos, o ex-atacante relembra com saudade o tempo que passou com a bola nos pés e imagina como teria sido sua carreira se não tivesse parado precocemente.
- Se eu fosse um atleta mesmo, perfeito mesmo, eu seria um jogador espetacular. Poderia ter feito muito mais coisa para o futebol. Mas eu me sinto bem. O pouco que eu joguei, com as limitações que eu tinha, ainda joguei muito bem, fiz coisas que eu lembro, muita gente lembra, mas eu lembro muito mais, dos meus lances, das minhas jogadas. Às vezes eu viajo nisso, fico assim, deitado, começo a viajar nos lances que eu fazia.
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